Uma
operação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) prendeu nesta
terça-feira (14) o prefeito de Caicó, um vereador da cidade e ainda um lobista
suspeitos de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, tráfico de
influência, lavagem de dinheiro e dispensa indevida de licitação.
A
operação Tubérculo cumpriu três mandados de prisão, e outros seis mandados de
busca e apreensão na cidade seridoense e em Natal. Além de presos
preventivamente, o prefeito Robson de Araújo e o vereador Raimundo Inácio Filho
foram afastados dos cargos. O lobista Edvaldo Pessoa de Farias teve prisão
temporária decretada.
A
operação Tubérculo é desdobramento das operações Cidade Luz, deflagrada em
julho de 2017 e que desvendou um esquema criminoso instalado na Secretaria
Municipal de Serviços Urbanos de Natal através da constituição de cartel entre
empresas pernambucanas que prestavam serviços de iluminação pública na cidade;
e Blackout, realizada em agosto do mesmo ano e que apurou superfaturamento e
pagamento de propina para manutenção do contrato de iluminação pública em
Caicó.
Ao
todo, 12 promotores de Justiça, 22 servidores do MPRN e 28 policiais militares
participaram da operação Tubérculo. Os gabinetes do prefeito e do vereador
foram alvos dos mandados de busca e apreensão.
“Lâmpadas”
Pelo que foi apurado pelo MPRN, o envolvimento de Robson de Araújo, conhecido
por Batata, com o esquema fraudulento começou antes mesmo de ser empossado
prefeito de Caicó, ainda em novembro de 2016. A investigação sobre a
participação do prefeito foi iniciada após os empresários Allan Emannuel
Ferreira da Rocha e Felipe Gonçalves de Castro, presos na operação Cidade Luz,
firmarem termo de colaboração premiada com o MPRN.
Allan
Emannuel e Felipe Gonçalves admitiram e apresentaram provas que negociaram com
Robson Batata a continuidade da prestação dos serviços de manutenção da
iluminação pública mediante pagamento de propina. Eles batizaram de “lâmpada”
cada pagamento de R$ 1 mil que era efetuado. Os empresários apresentaram provas
que mostram que foi estabelecido até mesmo um cronograma para o repasse da
propina.
Ainda
segundo os empresários, a mando de Robson Batata, também negociaram com o
lobista Edvaldo Pessoa de Farias. Pelo “serviço”, Edvaldo recebia uma “mesada”
de R$ 3 mil dos empresários. Para o MPRN, há indícios de que o prefeito Robson
Batata recebeu aproximadamente 70 “lâmpadas” pela manutenção de contratos para
execução de serviços de iluminação pública com as empresas Real Energy Ltda e
Enertec Construções e Serviços Ltda.
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