Governo Fátima
Bezerra reduz repasses à UERN em R$ 22,5 milhões em relação a 2018.
Não foi apenas o corte de R$ 300 mil/mês do custeio que afetou a saúde
financeira da Universidade do Estado Rio Grande do Norte (UERN) e compromete o
seu funcionamento. O Governo do Estado também reduziu em quase R$ 22,5 milhões
os repasses previstos em orçamento no período de janeiro a julho deste ano em
relação ao mesmo período de 2018, último da gestão do ex-governador Robinson
Faria (PSD).
Em sete meses de 2019, o governo Fátima Bezerra (PT) executou R$
134.837.351,07, enquanto nos primeiros sete meses do ano passado foram
executados R$ 157.488.881,22. A redução, em números exatos, soma R$
22.451.530,15.
Os números foram apresentados nesta sexta-feira (23) pela professora
Elizabeth Veiga, do setor de orçamento e finanças da universidade, durante
audiência da Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Uern, na Câmara
Municipal de Mossoró, transmitida ao vivo pelas redes sociais. E contrastam com
o discurso recente da governadora, que havia dito que a atual gestão já havia
repassado à Uern mais do que o transferido em 2018.
Para o presidente da Frente, vereador Francisco Carlos, que
também é professor doutor da Uern, “o Governo está tratando a universidade a
pão e água”. Ele alertou que as consequências são danosas, inclusive,
ressaltando que é um “milagre” a Uern ainda estar funcionando. “Deve-se
reconhecer que o reitor Pedro Fernandes e a sua equipe estão fazendo o melhor
que podem, agora, a situação está realmente muito complicada, porque o Governo
do Estado não está cumprindo com o seu dever”, afirmou.
A situação é bem preocupante, segundo o próprio reitor. Em entrevista à
série “Cafezinho com César Santos”, no JORNAL DE FATO, Pedro Fernandes afirmou
que a universidade precisa de pelo menos R$ 1,8 milhão por mês de custeio para
pagar as suas contas, mas Fátima Bezerra decidiu institucionalizar a cota de R$
1,5 milhão, sem deixar “brecha” para o gestor da Uern reivindicar o aumento no
valor dos repasses.