Morte do prefeito Neném Borges continua sem respostas. "Familiares e amigos vem sofrendo perseguição politica"; diz viúva.
Já
se passaram mais de 100 dias, desde quando o prefeito de São José do Campestre,
Joseilson Borges da Costa, mais conhecido como Neném Borges (MDB), foi assassinado a tiros dentro de sua própria casa, no dia 18 de
abril passado. Com o crime ainda sem solução, a cidade vive hoje um clima que
se traduz em um misto de medo, dor, revolta e perseguição política.
Amigos
e familiares fizeram um protesto essa semana. Empunhando cartazes, eles se
reuniram em frente à Câmara Municipal para clamar por justiça e cobrar das
autoridades policiais respostas sobre o crime, cuja investigação corre em
sigilo.
De
acordo com a vereadora Ana Clara Borges (PP), que é sobrinha do prefeito
assassinado, a cidade está “assombrada” após a morte do gestor. Constantemente
os familiares são incitados pela população a dar respostas que só a
investigação poderá apresentar. A população quer saber quem matou o prefeito,
por que cometeu tal crime e a mando de quem.
Além
do sofrimento que a perda de Neném Borges tem causado, Ana Clara afirma que os
familiares e amigos do prefeito ainda têm que lidar com uma “perseguição
política” que estaria sendo conduzida pelo grupo do prefeito Eribaldo Lima
(MDB), que assumiu o comando da prefeitura após o crime.
Luciana
Araújo, viúva de Neném Borges, confirma os episódios de perseguição. “Todo
mundo que trabalha na prefeitura, se tiver contato comigo e ele [o prefeito]
souber, ele bota pra fora. Se alguém quiser falar comigo alguma coisa, tem que
vir escondido, porque se ele souber ele bota pra fora”, afirma Luciana.
Ela
acrescenta que mais de 20 servidores foram exonerados apenas porque postaram
nas redes sociais a foto de Neném Borges com um pedido de “justiça”. “Isso não
pode acontecer, ele tentar calar a boca das pessoas por causa de um emprego na
prefeitura”, lamenta.
A viúva revela que, após a morte de Neném, o atual prefeito nunca
procurou a família para conversar nem manifestar apoio diante da situação. A
relação entre eles hoje é de completo distanciamento.
O PORTAL AGORA RN tentou contato com o prefeito Eribaldo Lima para ouvi-lo sobre a acusação de perseguição política, mas ele não atendeu às ligações nem respondeu às mensagens enviadas pela reportagem.
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