Com 2,3 mil
casos confirmados de sarampo nos últimos três meses, o Brasil vive um surto da
doença. O epicentro da epidemia está localizado no estado de São Paulo, onde
foram confirmados uma morte e 2.299 casos – 98% do total.
Diante da
evolução do surto no país, o Ministério da Saúde anunciou esta semana a
aquisição de mais 18,7 milhões de doses de vacina contra o sarampo. O governo
tem intensificado a imunização com foco em crianças de até 1 ano e adultos
jovens.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença viral grave e altamente
contagiosa que pode evoluir para complicações e levar à morte. É transmitido
por um vírus. Os primeiros sintomas são febre, tosse, coriza, como se fosse um
resfriado comum. O paciente pode ter perda de apetite e apresentar
conjuntivite, com olhos vermelhos, lacrimejantes e fotofobia.
Surgem manchas vermelhas na pele. Essas erupções
começam no rosto, na região atrás da orelha, e vão se espalhando pelo corpo. O
paciente também pode sentir dor de garganta.
A maioria dos pacientes começa a se sentir melhor
depois de dois dias do início da erupção cutânea. Depois de três a quatro dias,
as manchas começam a ficar mais castanhas e tendem a desaparecer. A pele pode
descamar como se fosse uma queimadura de sol. Muitos ainda têm tosse por uma ou
duas semanas.
A grande preocupação é que o sarampo, em crianças
pequenas e pacientes imunocomprometidos, pode levar a complicações. A diarreia
é a complicação mais comum, mas outras podem aparecer como otite média aguda, pneumonia,
hepatite e, até mesmo, encefalite.
A maioria dos casos de mortes decorrem de
complicações no trato respiratório ou de encefalite.
Como o sarampo é
transmitido?
A transmissão ocorre no contato de pessoa para
pessoa e pela propagação no ar. As gotículas de secreções respiratórias de um
paciente que tem sarampo podem permanecer no ar por até duas horas, ou seja, a
doença pode ser transmitida em espaço público mesmo que não haja contato de uma
pessoa com outra. Grandes surtos têm ocorrido em locais de aglomeração como
escolas, clubes, aeroportos, shoppings.
A pessoa que tem sarampo pode começar a transmitir
a doença cerca de cinco dias antes de aparecerem as manchas na pele. Além
disso, ela continua transmitindo o vírus quatro dias depois de as erupções
terem desaparecido.
Como é a prevenção?
A vacina é a única forma de prevenção. Para
combater o avanço do sarampo no país, o Ministério da Saúde recomenda uma “dose
zero”, para crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. É considerada uma dose
extra que não substitui as vacinas do calendário nacional de vacinação – a
primeira dose aos 12 meses e uma segunda dose aos 15 meses.
Se um paciente tomou apenas uma dose até os 29
anos, precisa completar o esquema vacinal com uma segunda dose.
Se a pessoa não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão
de vacinação ou não se lembra se tomou a vacina, o ideal é que ela procure um
posto de saúde. Se ela tiver de 1 a 29 anos, precisa tomar duas doses da
vacina, com intervalo de 30 dias entre elas. Se tiver de 30 a 49 anos, tem de
tomar apenas uma dose.
Qual o tratamento?
Não existe tratamento específico para o sarampo. É
necessário que o paciente faça repouso e beba bastante líquido para evitar a
desidratação. Como é uma virose, o tratamento é de suporte e tem apenas o
objetivo de melhorar o conforto do paciente.
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