Em Guarujá- SP, Pastor forja evento evangélico para vender
carro na praia e culpa ‘Satanás’.
O pastor
Gustavo Reis, da Igreja Luzz, teve equipamentos de som apreendidos depois que a
Prefeitura de Guarujá, no litoral de São Paulo, entendeu que ele forjou um
evento evangélico para lançar e vender uma réplica de um carro de luxo. Em um
vídeo publicado na internet, o religioso se defendeu ao dizer que o ato foi
“responsabilidade de Satanás”.
O evento, considerado ilegal pela administração municipal, ocorreu
durante o carnaval, na Rua das Acácias, em frente à Praia de Pernambuco, área
onde localizam-se imóveis de alto padrão e que reúne turistas frequentemente.
Ele montou uma tenda, pendurou cartazes e posicionou o automóvel em frente.
Antes da apreensão, o pastor solicitou formalmente autorização à
prefeitura para realizar o evento. “Objetivo: reunir cristãos da cidade de
Guarujá para comunhão e propagação do evangelho de Cristo Jesus aos moradores e
turistas, através do evangelismo e culto”, escreveu no ofício.
A Secretaria de Cultura da cidade, entretanto, não autorizou a
realização do evento, por entender que não se tratava de uma ação de cunho
religioso. Mesmo assim, uma força-tarefa montada pela prefeitura, com o apoio
da Guarda Municipal e da Polícia Militar, monitorou a divulgação da atividade
nas redes sociais.
No dia e local anunciados, o pastor montou e realizou o evento. A
equipe da força-tarefa foi ao local pela manhã e o intimou a desmontar a
estrutura. “Entretanto, como insistiu, mesmo sendo notificado a não fazer, a
prefeitura apreendeu os equipamentos à tarde”, afirmou a administração em nota
oficial.
No entendimento da equipe de fiscalização, o pastor forjou uma
ação religiosa para promover o lançamento e a venda da réplica de um veículo
conversível de alto padrão. Ao desobedecer a ordem que o proibia de realizá-lo
e, depois, de desmontá-lo, a força-tarefa decidiu apreender os materiais que
foram expostos.
Após o ocorrido, o pastor Gustavo Reis publicou um vídeo de quase
20 minutos em uma rede social se defendendo. “A culpa não é de um indivíduo, é
de um sistema, da falta de comunicação. E isso o Anticristo, o Satanás utiliza
de todas as maneiras para colocar as pessoas umas contra as outras”,
justificou.
Segundo o pastor, o evento “seria uma benção às pessoas”.
“Distribuimos livros de graça. A nossa intenção era levar os livros. Quanto
mais vidas nós pudermos atingir, melhor”, explicou em outro trecho. A
publicação, escrita por ele, também era anunciada no material de divulgação
espalhado antes da ação.
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