Cerca de
3 milhões de clientes em atraso com a Caixa Econômica Federal poderão
renegociar as dívidas com desconto de até 90% no valor total, anunciou o
presidente do banco, Pedro Guimarães. Segundo ele, o programa ajudará a
estimular a economia. “Com os descontos, a maioria das dívidas chegará a R$ 2
mil. Essa pessoa que está pagando 10% de juros ao mês poderá pagar juros de
2%”, disse Guimarães, ao chegar para reunião no Ministério da Economia.
Ele não
deu data para o lançamento do programa. Apenas disse que a renegociação se
concentrará em clientes com renda de até cinco salários mínimos. O presidente
da Caixa destacou que o programa deverá recuperar pelo menos R$ 1 bilhão de um
estoque total de débitos, estimado em R$ 4 bilhões.
Para
Guimarães, além de recuperar parte dos débitos, o programa tem a vantagem de
diminuir o prejuízo da Caixa e permitir a retomada do crédito. “São 300 mil
pequenas empresas e 2,6 milhões de pessoas [físicas] que poderão renegociar as
dívidas. Todos estão negativados. Esses recursos já estão lançados como
prejuízo, fora do balanço. Essas pessoas estão à margem, e poderemos voltar a
oferecer crédito, como o consignado”, explicou.
Na semana
passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que a Caixa não deveria
dar lucro como iniciativa privada. Segundo o ministro, o banco deveria repassar
os ganhos para outros objetivos, como reduzir juros.
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