Após alguns dias “fora” das questões locais para apoiar o discurso
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo (ABC Paulista), a
senadora Fátima Bezerra, do PT, deve retomar em breve os debates sofre a
política local e, claro, a pré-candidatura dela ao Governo do Estado. Resta
saber, porém, se com a prisão do líder máximo petista, o nome de Fátima na
disputa pelo Executivo Estadual seguirá liderando as pesquisas ou se perderá
fôlego até outubro. Para o Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte,
não. Para potenciais adversários, sim. Para cientistas políticos ouvidos pelo
Agora RN, “depende”.
Para o PT no RN, o “não” é porque Fátima estaria “além” da imagem
do ex-presidente. “A senadora vai ser candidata. As eventuais implicações desse
quadro nacional, a gente vai ter que esperar para confirmar. A candidatura tem
uma sólida base popular e que goza de uma respeitabilidade que nos torna
confiantes de que, a despeito das questões nacionais, será uma candidatura para
efetivamente para disputar e ganhar as eleições”, afirmou Júnior Souto,
presidente do Diretório Estadual petista.
Souto, inclusive, destacou que, apesar da candidatura de Fátima
ser destaque e prioridade para o PT Nacional, já era esperado que não houvesse
agenda de Lula no RN. Com isso, a prisão do ex-presidente também não deverá
mudar o cronograma a ser estabelecido para o pleito. “Essa possibilidade não
estávamos nem cogitando diante dessa turbulência do quadro nacional. Então, não
tinha uma agenda previamente pensada, um período de passar. O que nós sabemos é
que seria impraticável”, revelou.
Para o cientista político Daniel Menezes, o impacto também não
deverá ser tão considerável neste momento porque a popularidade de Fátima não é
fruto apenas de Lula. “A questão fundamental neste momento não é Lula, é Temer.
É isso que beneficia Fátima aqui, o fato dela estar mais distante de Temer, de
governos mal avaliados. Não acho que a prisão de Lula vai atrapalha-la.
A
princípio. A não ser que tenhamos grandes mudanças. Mas a própria Lava Jato tem
dificuldades de enfrentar a prisão do ex-presidente porque ela terá que mostrar
que prende todo mundo. Enquanto a Operação não entregar outras cabeças, ficará
em cheque para os eleitores de Lula e deixa a base do PT protegida”, avaliou
Menezes.
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