Delator Fred Queiróz diz que Benes pediu 12 milhões para comprar lideranças
politicas para Henrique na campanha de 2014.
O empresário Fred
Queiroz, apontado na operação Manus como um dos operadores do suposto esquema
criminoso comandado pelo ex-ministro Henrique Eduardo Alves, disse em delação
premiada que o atual presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do
Norte (Femurn), Benes Leocádio, e o empresário Aluízio Dutra, ambos integrantes
da coordenação da campanha de Henrique ao Governo do Estado em 2014, atuaram
como distribuidores de recursos que foram utilizados para a compra de apoios
políticos naquele pleito.
Em um dos depoimentos aos
procuradores, Fred relata que Benes, coordenador geral da campanha no interior
do estado no primeiro turno, procurou Henrique em Mossoró em setembro de 2014
para solicitar entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, valores que seriam
destinados à compra de apoio político, o que, segundo o coordenador, garantiria
a vitória sem necessidade de segundo turno.
De acordo com o delator,
o contato, que teria contado ainda com participações de Paulo Emídio de
Medeiros, atual prefeito de São Gonçalo do Amarante, e Fabiano de Souza, então
prefeito de Serrinha, aconteceu a duas semanas da eleição. Benes teria afirmado
na oportunidade que a quantia era necessária até o final da semana em curso,
“pois se passasse disso seria a mesma coisa que ‘remédio vencido’”.
Ainda segundo Fred
Queiroz, Henrique afirmou aos coordenadores de sua campanha que não havia
possibilidade de ele viabilizar o valor pedido, mas que tentaria conseguir
alguma verba junto às empreiteiras Odebrecht e JBS. Após isso, o empresário
disse ter tomado conhecimento de que havia “chegado” R$ 5 milhões ou R$ 7
milhões em espécie provenientes de “Joesley”, possivelmente Joesley Batista,
diretor do Grupo JBS.
Este valor, supostamente
enviado pela JBS – que Fred Queiroz suspeita ter sido obtido por meio do então
deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não foi declarado na prestação de
contas da campanha de Henrique em 2014, de acordo com o delator Fred Queiroz.
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